No dia 26 de setembro de 2020, sábado, o grupo PET Biologia se reuniu para discutir sobre o primeiro episódio da primeira temporada da série documental Rotten, intitulado “Não tão doce”.
O episódio relata a situação do mercado de mel nos Estados Unidos, onde a demanda do produto é muito maior do que a oferta dos produtores locais. Essa alta demanda exige que o país faça uma grande quantidade de importações do produto, atraindo a atenção de diversos produtores estrangeiros oportunistas, que adulteram o próprio mel para que haja um maior rendimento e lucro ao vendê-lo para os Estados Unidos, colocando em risco os apiários estadunidenses e a saúde da população.
Muitos apiários foram à falência, por não conseguirem competir no mercado do mel com os preços baixos do mel adulterado, principalmente entre 2002 e 2009. O grande mercado do mel adulterado vendia um produto com muitos químicos, xaropes e remédios que podem causar alergias e fazer muito mal à população.
O documentário também relata fatores ecológicos e os grandes estresses ambientais que têm levado ao desaparecimento de colônias inteiras de abelhas nos Estados Unidos, chamado de Distúrbio do Colapso de Colônias. Esse distúrbio pode estar ligado a diversos fatores, mas os principais citados no documentário é o aumento de monoculturas e o uso de inseticidas.
As monoculturas, muitas vezes, não oferecem alimento para as abelhas, e caso essas ofereçam, é apenas uma fonte de alimento, o que torna a alimentação dos indivíduos precária e sem todos os nutrientes necessários. Essa alimentação precária pode auxiliar na contração de doenças na colônia, podendo gerar a morte de todos os indivíduos.
Já os inseticidas atuam de outra forma, alguns podem levar à morte das abelhas, outros podem atingir seriamente a saúde desses insetos, que são bem frágeis. Em um momento do documentário é citada a tradição que os apicultores têm de levar suas colônias para a Califórnia durante o inverno, para que elas possam polinizar as amendoeiras. Contudo, as árvores possuem muitos remédios e inseticidas, que afetam diretamente na saúde das abelhas durante o período que elas ficam nas plantações.
Essa viagem de semanas têm mais um contra, que é a possível transmissão de doenças entre diferentes espécies de abelhas que vêm de todo o país. Como as colônias se encontram nos mesmos campos de amendoeiras, muitas abelhas passam pelas mesmas árvores e flores, e se alguma delas tiver alguma doença da região de origem, essa doença pode passar para a colônia de outra região, e quando retornarem à sua região de origem elas carregarão a doença consigo, que pode chegar às abelhas selvagens locais, podendo gerar o colapso de diversas espécies do país.
Com todos esses fatores e escândalos que ocorrem desde 2002, a realidade do mel nos Estados Unidos não é muito diferente atualmente, uma vez que o episódio foi produzido em 2018, a adulteração do mel importado nunca parou, os apiários oportunistas sempre encontram novas formas de burlar os testes para vender um produto que não é o natural a um preço mais baixo.
E como isso pode ser resolvido?
Nos minutos finais do documentário é apresentada uma loja de mel dos Estados Unidos, onde o dono e responsável é, também, o apicultor.
Ele cita como a saúde das suas abelhas melhoraram a partir do momento que ele deixou de ir às plantações de amendoeiras, e que o negócio tem melhorado muito, desde que as pessoas têm passado a buscar de onde vêm os alimentos que consomem.
Esse final traz um apelo interessante sobre a importância do produtor local, com respeito ao meio ambiente e ao produto que vende, também sobre a necessidade de sabermos o que estamos comprando e consumindo, e como nossas escolhas podem afetar nossa saúde e ao meio ambiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário