PET Biologia UFV

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Programa de Educação Tutorial - Biologia UFV

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Documentário: Rotten - Chocolate amargo


No último sábado (12), os integrantes do PETBIO/UFV discutiram o episódio “Chocolate Amargo” da série documental de 2019 intitulada Rotten, disponível na plataforma de streaming Netflix.
No episódio “Chocolate Amargo”, o foco é a produção do chocolate, sobretudo a etapa do cultivo do cacau. 60% da produção de cacau destinada para a indústria do chocolate é produzido em dois países da África: Costa do Marfim e Gana, sendo então a principal atividade econômica dessas nações.

A primeira problemática apontada nesse documentário gira em torno da pobreza extrema e da situação de exploração as quais os agricultores de cacau são submetidos. Tendo sua produção extremamente desvalorizada pela indústria do chocolate, os produtores se veem na necessidade de aumentar cada vez mais a produção e produtividade para conseguir alimentar sua família, muitas vezes esbarrando em dilemas morais, como o trabalho análogo a escravidão e exploração infantil.

Outra problemática levantada na discussão é a degradação ambiental em prol da produção de cacau. De acordo com o documentário, cada árvore de cacau produz 30 frutos por ano, gerando a produção de apenas 900 gramas de chocolate. Muitos agricultores, movidos pela necessidade de produzir mais, acabam invadindo reservas ambientais para plantarem árvores de cacau, visto que o solo de floresta é mais fértil que o solo dos campos, o que culmina num ciclo mais rápido com maior volume de fruto. E foi assim que 85% das matas da costa do Marfim foram simplesmente destruídas.

Mas será que o produtor é raiz do problema? Ele tem escolhas?

Provavelmente, uma das coisas que mais choca no documentário é o fato de apenas 10 empresas no mundo comandarem este comércio. Uma frase de um produtor de cacau no episódio resume bem a ideia central da discussão é a seguinte: “Nós produzimos o cacau para o homem branco consumir o chocolate”.

Durante a discussão, os petianos, juntamente com a professora tutora, comentaram acerca desse método de produção pautado na exploração e no desrespeito ao meio ambiente, que envolve não apenas a indústria cacaueira, mas também muitos outros alimentos, sobretudo as commodities.
Ao final da discussão, a principal pauta que permaneceu foi: a necessidade de entender e buscar a origem dos nossos produtos do cotidiano, de forma construir posicionamentos e efetivar ações que possam mudar realidades como essa.
Mas por onde começar a pensar em soluções?
Nos minutos finais do episódio, nos é apresentado uma cooperativa, movida pelas mulheres dos produtores de cacau e liderada por um jovem produtor. Juntos, eles conseguem beneficiar o fruto e produzir o próprio chocolate.  De modo a tornar o cacau sustentável e pagar um preço mais justo a todos os envolvidos na cadeia de produção.
O tom otimista e esperançoso do final do documentário é rapidamente substituído pela preocupação, assim que nos é apresentado que em julho de 2019, os governos de Gana e Costa do Marfim tentam estabelecer um preço mais justo pelo cacau, mas são barrados pela indústria cacaueira. Nos puxando mais uma vez para a realidade dolorosa e fomentando a importância de discussões como essa.



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