No último sábado (12), os integrantes
do PETBIO/UFV discutiram o episódio “Chocolate Amargo” da série documental de
2019 intitulada Rotten, disponível na plataforma de streaming Netflix.
No episódio
“Chocolate Amargo”, o foco é a produção do chocolate, sobretudo a etapa do
cultivo do cacau. 60% da produção de cacau destinada para a indústria do
chocolate é produzido em dois países da África: Costa do Marfim e Gana, sendo
então a principal atividade econômica dessas nações.
A primeira
problemática apontada nesse documentário gira em torno da pobreza extrema e da
situação de exploração as quais os agricultores de cacau são submetidos. Tendo
sua produção extremamente desvalorizada pela indústria do chocolate, os
produtores se veem na necessidade de aumentar cada vez mais a produção e
produtividade para conseguir alimentar sua família, muitas vezes esbarrando em
dilemas morais, como o trabalho análogo a escravidão e exploração infantil.
Outra
problemática levantada na discussão é a degradação ambiental em prol da
produção de cacau. De acordo com o documentário, cada árvore de cacau produz 30
frutos por ano, gerando a produção de apenas 900 gramas de chocolate. Muitos
agricultores, movidos pela necessidade de produzir mais, acabam invadindo
reservas ambientais para plantarem árvores de cacau, visto que o solo de
floresta é mais fértil que o solo dos campos, o que culmina num ciclo mais
rápido com maior volume de fruto. E foi assim que 85% das matas da costa do
Marfim foram simplesmente destruídas.
Mas será que o produtor
é raiz do problema? Ele tem escolhas?
Provavelmente, uma das coisas que mais
choca no documentário é o fato de apenas 10 empresas no mundo comandarem este
comércio. Uma frase de um produtor de cacau no episódio resume bem a ideia
central da discussão é a seguinte: “Nós produzimos o cacau para o homem branco
consumir o chocolate”.
Durante a discussão, os petianos,
juntamente com a professora tutora, comentaram acerca desse método de produção
pautado na exploração e no desrespeito ao meio ambiente, que envolve não apenas
a indústria cacaueira, mas também muitos outros alimentos, sobretudo as
commodities.
Ao final da discussão, a principal
pauta que permaneceu foi: a necessidade de entender e buscar a origem dos
nossos produtos do cotidiano, de forma construir posicionamentos e efetivar
ações que possam mudar realidades como essa.
Mas por onde começar a pensar em
soluções?
Nos minutos finais do episódio, nos é
apresentado uma cooperativa, movida pelas mulheres dos produtores de cacau e
liderada por um jovem produtor. Juntos, eles conseguem beneficiar o fruto e
produzir o próprio chocolate. De modo a tornar
o cacau sustentável e pagar um preço mais justo a todos os envolvidos na cadeia
de produção.
O tom otimista e esperançoso do final
do documentário é rapidamente substituído pela preocupação, assim que nos é
apresentado que em julho de 2019, os governos de Gana e Costa do Marfim tentam
estabelecer um preço mais justo pelo cacau, mas são barrados pela indústria
cacaueira. Nos puxando mais uma vez para a realidade dolorosa e fomentando a
importância de discussões como essa.
babado
ResponderExcluirChok
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