Petiano: Jefferson Fernandes Junior
Há não muito tempo atrás, acreditávamos, com muito conveniência, que as montanhas eram ambientes muito hostis para que pudessem surgir civilizações organizadas.
Muito recentemente, porém, surgiu a arqueologia de geleiras, com descobertas de vilas e aldeias completas sob o gelo. Contrariando a percepção de que isso seria não usual, muitas descobertas feitas aos pés de montanhas, na verdade afirmavam a importância desse ambiente na conservação de artefatos e materiais.
Ao invés de escondidos sob o solo, muito materiais orgânicos podem ser encontrados incrustados nas geleiras. Além de conservados em ótimo estado, preservando caracteres que se perderiam pelo tempo e degradação, a avaliação de algumas dessas descobertas podem nos dizer muito sobre os costumes dos hominídeos pré-históricos.
A preferência de algumas madeiras em detrimento a outras, a forma com que seria utilizado a matéria prima, técnicas de trabalho e conservação de alimento foram algumas das descobertas secundárias geradas pela arqueologia de geleiras.
Mas se de um lado há uma área recém surgida na ciência, a outra face é o aquecimento global, que coloca em xeque essa ciência tão pouco explorado e tão rica em análise do passado.
Apesar do derretimento de geleiras pelo mundo tudo fazer "pipocar" artefatos escondidos no gelo, esses mesmos artefatos ficam suscetíveis a degradação, já que a arqueologia não é uma ciência que se faz com rapidez. O medo de muitos arqueólogos se traduz exatamente nisso: não haver tempo para descobrir tanta coisa antes de sua iminente destruição...
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