A maioria de nós já se deparou com a seguinte cena: uma televisão ligada passando programas de jornalismo policial, a família reunida assistindo a violência em espetáculo. Desde os anos 90 esse tipo de programa ganha espaço na mídia brasileira, data que não coincidentemente marca a intensificação do genocídio da população preta. Esses tipos de programas apelativos se enquadram no Populismo Penal Midiático, que se refere ao uso de discursos populares e violentos para implementar medidas punitivas mais severas. Esse tipo de conteúdo midiático fere os próprios princípios do jornalismo, como o da imparcialidade. Além disso, fere a constituição, ao desrespeitar a presunção da inocência, pintando suspeitos de crimes como culpados antes mesmo de qualquer julgamento. Não são poucas as vezes que esses programas expõem indevidamente a imagem de crianças, colocam pessoas de todas as idades em situações vexatórias e propagam discursos de ódio. O objetivo desse jornalismo não é informar, mas moldar a sociedade. O medo da população é diariamente inflado, reforçando estereótipos de criminosos e criando terreno fértil para políticos que prometem soluções simples e severas para o fim a violência. Todos esses fatores dão força para a necropolítica, para a criminalização da pobreza e para a crescente violência policial. Por isso, parem de dar audiência a esses programas. No vídeo que segue, vocês poderão entender com mais detalhes e de forma acessível o mal social gigantesco que esses programas fazem e perceberão como muitas das suas opiniões sobre política e segurança pública foram formadas por eles.
https://youtu.be/WjQfEDIXwTc
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