PET Biologia UFV

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Programa de Educação Tutorial - Biologia UFV

sábado, 11 de julho de 2020

Filme “Cobaias”

Neste sábado (11), o grupo PET Biologia se reuniu, através do Google Meet, para realizar uma discussão/reflexão sobre o filme "Cobaias". Estamos vivenciando tempos difíceis, com a pandemia, mas não podemos nos esquecer dos atos racistas, os quais sempre estiveram presentes na nossa sociedade. Como cidadãos, é nosso dever lutar pela igualdade em todos os seus aspectos, independente de raça, orientação sexual, religião etc.

Resenha crítica do filme “cobaias”
Dirigido por Joseph Sargent o filme “Cobaias” retrata o drama vivenciado pelas comunidades afro-americanas a partir do momento em que no sul dos Estados Unidos, em 1932, a sífilis se torna uma epidemia.
Considerando os negros uma raça inferior e, portanto, mais suscetível à sífilis – uma doença potencialmente fatal na época – o governo americano decide implementar um programa especial de tratamento de sífilis para negros, na cidade de Tuskegee. A enfermeira Eunice Evers fica encarregada de divulgar o tratamento entre os homens da região e de convencê-los a aceitá-lo. Apesar da desconfiança e hesitação iniciais, eles decidem acreditar nas palavras da enfermeira, que também era negra e conhecida da maioria deles, ou seja, sabia o que era melhor para a saúde deles.
Lamentavelmente, pouco depois de ter sido iniciado, o tratamento perde seu apoio financeiro e é interrompido. Passado um tempo, o governo inicia o chamado “Estudo Tuskegee”, que tinha como objetivo estudar a evolução de sífilis não tratada em indivíduos negros para poder comparar os resultados com a evolução da sífilis não tratada em brancos, e assim, verificar se realmente havia diferenças “biológicas” entre negros e brancos.
Para desenvolver o estudo, o doutor Brodus, um dos médicos responsáveis pelo estudo, tenta persuadir a enfermeira Evers a auxiliá-lo novamente, tendo em vista que ela tinha a confiança e amizade dos homens que, sem saber, participariam do mesmo, como “cobaias”, pois, durante todo o tempo de duração do estudo, não receberiam o tratamento adequado, como pensavam.
De início, a enfermeira fica confusa e se recusa, mas, acredita que em pouco tempo as pesquisas desenvolvidas trariam recursos financeiros para que o tratamento que poderia curar os negros pudesse ser retomado. Assim, Eunice concorda em participar do estudo. Ela diz os negros que o tratamento anterior continuaria e oferece comida e seguro funerário, por exemplo, para impedi-los de desistir do “tratamento” que, por vezes, envolvia procedimentos dolorosos. Eles também eram impedidos, através de uma lista de nomes enviada a todos os hospitais da região, de receber uma injeção de penicilina, que desde 1942, já se sabia, era eficaz na cura para a sífilis.
Com o passar dos anos, ao ver a sífilis atacando os corpos e mentes de seus amigos e os levando à morte, Eunice pensa em contar a verdade para eles. Entretanto, cede aos argumentos do doutor Douglas, um médico branco que incentivava o estudo a todo custo, que dizia que “a ciência, às vezes, exige sacrifícios”.
O estudo durou 40 anos e só foi suspenso quando se tornou público através dos jornais, na década de 1970. Durante todo esse tempo, porém, era conhecido e permitido pelas autoridades americanas. As pesquisas foram iniciadas com 412 homens negros, mas somente 127 sobrevieram.
O caso (real) abordado no filme, pode nos fazer refletir acerca de questões éticas relacionadas à pesquisa científica e seus limites, a dignidade humana e ao racismo, que apesar de ser considerado crime, ainda é frequente em diversas sociedades e permanece gerando variadas consequências negativas para os negros.

Os grupos PET sobrevivem #ValorizaPET

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