Em uma quarta-feira, dia 15/03/2022, o grupo se reuniu para realizar uma discussão a respeito do livro “Fomos maus alunos”, de autoria do jornalista Gilberto Dimenstein e do escritor Rubem Alves.
Logo após o começo do diálogo, uma opinião recorrente entre os participantes era de que a leitura do livro foi muito prazerosa. Isso acontece porque o texto é uma transcrição de uma conversa que teve como interlocutores duas grandes personalidades brasileiras: o escritor Rubem Alves e o jornalista Gilberto Dimenstein. Dessa forma a leitura é de fácil compreensão e nos leva a imaginar que somos parte daquele momento. Durante a leitura você se sente como um amigo que estava no cômodo em que o evento acontece e foi agraciado com a oportunidade de observar dois grandes indivíduos compartilhando suas experiências pessoais, opiniões polêmicas e devaneios instigantes.
O principal assunto da troca de ideias entre os dois foi a educação, um conceito extremamente relativo e visto por muitos no Brasil como a solução e ao mesmo tempo o problema. Eles destrincharam vários pontos e buscaram esmiuçar tudo que foi encontrado, sem medo de expressar suas opiniões que muitas vezes são completamente antagônicas ao senso comum. Uma das críticas foi a respeito da completa indiferença que as escolas costumam demonstrar frente ao conhecimento que os alunos adquirem fora da sala de aula. Não é possível fazer com que os alunos aprendam quando a individualidade deles é massacrada pela repetição de cronogramas que veem a todos como massas disformes prontas para serem moldadas idealmente. Cada um de nós é resultado de um processo complexo (denominado vida) que envolve as vivências compartilhadas com familiares, amigos e conhecidos. Ignorar esse ponto é ignorar um dos alicerces que fundamentam a ideia de uma educação libertadora.
Rubem e Gilberto também buscam colocar sob os holofotes toda a degradação causada pelos vestibulares. Detalhadamente e de forma extremamente didática eles explicam como esse mecanismo acaba prejudicando toda a educação brasileira. Pais, professores, escolas e, principalmente, alunos são vítimas de um sistema arcaico que continua sendo utilizado indiscriminadamente em nosso país.
Em determinado trecho do livro o Rubem Alves afirma brincar que “os pais são os piores inimigos da educação, porque eles não estão muito interessados na educação”. Esse ponto foi levantado na discussão e levou o diálogo à importância da participação dos pais no processo educacional de seus filhos. Com o apoio das experiências pessoais de muitos petianos, conclui-se que essa participação pode ser negativa, positiva e até mesmo praticamente nula. Além disso, apesar das variadas experiências, não foi possível observar um padrão de resultado dentro do grupo. Integrantes que nunca obtiveram auxilio, que obtiveram ou que até mesmo eram agredidos pelos pais durante a realização das atividades receberam notas semelhantes na escola. Isso nos mostra que esse fator pode impactar nos resultados obtidos, mas não é determinante.
Como resultado de tudo que foi levantado o grupo concluiu que a educação brasileira enfrenta problemas em diferentes esferas e é impossível culpabilizar apenas um responsável. Precisamos nos tornar bons profissionais capazes de desenvolver novas propostas de acordo com a realidade na qual estamos inseridos. Somente dessa forma podemos causar um impacto real na vida das pessoas e auxiliar na construção de uma sociedade cada vez mais humana.
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