PET Biologia UFV

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Programa de Educação Tutorial - Biologia UFV

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Seminário: Desvendando um Serial Killer

Petiana: Ana Clara Moreira Aguiar 

     Quem são os assassinos em série? Serial killers são indivíduos que cometem uma série de homicídios durante algum período de tempo, com pelo menos alguns dias de intervalo entre eles. O espaço de tempo entre um crime e outro os diferencia dos assassinos de massa, indivíduos que matam várias pessoas em questão de horas.



    Existem quatro tipos de serial killers: 

VISIONÁRIO: é um indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de sua cabeça. Pode também sofrer alucinações ou ter visões. 

MISSIONÁRIO: socialmente não demonstra ser um psicótico, mas internamente tem a necessidade de “livrar” o mundo do que julga imoral ou indigno. Este tipo escolhe um certo grupo para matar.

EMOTIVOS: matam por pura diversão. Dos quatro tipos estabelecidos, é o que realmente tem prazer em matar.

LIBERTINOS: são os assassinos sexuais. Seu prazer será diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura e a ação de torturar lhe traz prazer sexual.

Historicamente, vários cientistas têm trabalhos publicados sobre a relação entre crime e biologia. Apesar do grande número de estudiosos, não existe nenhuma evidência cientifica que apoie a teoria do “gene criminoso”. 

    Tradicionalmente, o comportamento psicopata é consequência de fatores familiares ou sociológicos, mas alguns pesquisadores encontraram diferenças cerebrais entre psicopatas e pessoas normais.

    O que é o “gene criminoso” ou “gene guerreiro”? A ‘monoamina oxidase A’ é uma enzima que decompõe importantes neurotransmissores no cérebro, como dopamina, noraepinefrina e serotomina. A enzima é regulada pelo gene da monoamina oxidase A (MAOA). As pessoas que possuem altos níveis do gene MAOA (MAOA-H), produzem mais enzimas, já aqueles que possuem menores níveis do gene (MAOA-L), produzem menos enzimas. A maioria dos estudos até agora têm mostrado uma correlação entre baixos níveis do gene e a agressividade.





    O Dr. Christopher Patrick, num artigo de 1995, alega que psicopatas têm menor taxa de mudanças cardíacas e de condução elétrica na pele, como reação ao medo. A pesquisa feita mostrou para um grupo de prisioneiros slides agradáveis, neutros e desagradáveis. No experimento, os prisioneiros psicopatas mostraram uma deficiência na sua capacidade de sentir medo, não demonstrando diferentes emoções entre os variados tipos de imagens.

    O Dr. Robert Hare, Psicólogo da University of British Columbia, completou um estudo sobre como as ondas cerebrais monitoradas de psicopatas reagiam a linguagem verbal, medindo as mudanças que ocorriam em seu cérebro quando ouviam palavras como câncer, morte, mesa ou cadeira. Para as pessoas saudáveis, as ondas cerebrais têm sua atividade modificada rapidamente, dependendo da palavra ouvida. Para os psicopatas, nenhuma atividade cerebral especial foi registrada, ou seja, todas as palavras são neutras para essas pessoas.

    Outros estudos do cérebro sugerem que crianças psicopatas fazem certas conexões cerebrais mais vagarosamente que outras, mostram menos medo à punição e parecem ter a necessidade de “excitar” seu sistema nervoso, sentindo fortes emoções e necessitando de vibrações constantes.




    O neurocientista Adrian Raine, professor da Universidade da Pensilvânia, trabalhou quatro anos em prisões de segurança máxima. Entrevistou e analisou, por meio de exames de imagens do cérebro, 41 assassinos e serial killers. Seus estudos confirmaram que alterações e lesões em estruturas cerebrais, como lobo frontal, córtex pré-frontal e amígdala, afetam as emoções e mudam o comportamento.

    Neurocientistas enfatizam que só os fatores genéticos ou as alterações cerebrais não determinam atos anti-sociais. É um conjunto de fatores que forma o quebra-cabeça da violência. Condições sociais, complicações no parto, rejeição materna, abuso na infância, mau tratos são algumas das peças.

    A minoria dos serial killers é da raça negra. Isso se deve ao fato de que, mesmo nos lares onde sofreram com mães abusivas, são resgatados por alguma figura feminina amável, especialmente as avós. É um comportamento natural na cultura negra.

    Mulheres, quando sofrem os mesmos tipos de abuso ou negligência que os homens na infância, tendem a internalizar seus sentimentos. Elas acabam tendo comportamentos autodestrutivos, como alcoolismo, drogas, prostituição ou suicídio. Não é frequente se tornarem agressivas ou predatórias.

    Serial killers tem aparência estranha? Infelizmente, serial killers não têm horríveis cicatrizes, desfigurações ou quaisquer outros sinais físicos que os diferenciem do resto de nós. São pessoas comuns, que têm emprego e podem ser bastante charmosas e extremamente educadas. Todas as milhares de vítimas que caíram em suas armadilhas tinham quociente de inteligência normal, e certamente não achavam que estavam se colocando em situações de risco.

    Serial killers tem a mesma motivação? Todos os seres humanos têm seu comportamento influenciado por causas biológicas, psicológicas e sociais. 

    Alguns serial killers são motivados por seu ódio às mulheres, desejo de controle, dominação, humilhação ou por ving:anças reais e/ou imaginárias. Dadas às diferenças biológicas e de desenvolvimento existentes entre os vários serial killers conhecidos, seria ingenuidade acreditar que eles teriam os mesmos motivos para agir deste ou daquele modo.

    Nos EUA se estima que existem entre 35 (número conservador dado pelo FBI) a 500 (número absurdo) serial killers operando no momento. É também neste país que se encontram 75% dos serial killers conhecidos no mundo.

Os países onde existe maior número de serial killers conhecidos são:

1º EUA

2º Grã-Bretanha

3º Alemanha

4º França


Outras estatísticas curiosas: 

— 84% dos serial killers são caucasianos.

— 93% dos serial killers são homens.

— 65% das vítimas são mulheres.

— 89% das vítimas são caucasianas.

— 90% dos serial killers têm idade entre 18 e 39 anos.



    Perfil criminal – arma importante na investigação: O perfil criminal é só uma ferramenta investigativa disponível para ajudar a solucionar um crime. Isso nos indica um tipo de criminoso, talvez rascunhe seu histórico psicológico, possivelmente sua aparência física, tipo de profissão, possível local de residência ou estado civil, entre outras coisas. Essas conclusões serão baseadas na cena do crime, na reconstrução do comportamento do assassino e na análise desse comportamento no contexto do crime. Com esses dados, o número de suspeitos a serem investigados diminui sensivelmente.

    Perfil criminal – não é magia, é ciência: Brent Turvey, cientista forense, desenvolveu um método conhecido como “Behavioural Evidence Analysis” (BEA)*. Baseia-se nas evidências físicas de um crime específico, e as conclusões sobre o suspeito advêm do exame da cena do crime e da análise de seu comportamento.

    Esse método é fortemente baseado em ciência forense, consequência da formação de seu criador, e depende da análise científica acurada das provas para a interpretação dos fatos que envolvem o caso. *Análise das Evidências de Comportamento.

    Jack, o estripador: Jack, O Estripador, é o pai dos modernos serial killers. Ele aterrorizou as ruas de Londres no fim do século XIX, mais precisamente em 1888, quando assassinou brutalmente pelo menos sete mulheres, todas prostitutas.

    Até hoje, ninguém sabe a identidade de Jack. Como seus seguidores, tinha prazer em zombar da polícia e enviar cartas aos jornais gabando-se de seus feitos.

    Era canibal e arrancou os órgãos internos de quatro de suas vítimas. Chegou a mandar numa carta um pedaço do rim de uma delas, quando as autoridades duvidaram da autenticidade de suas correspondências.

Alguns serial killers:


Referências:

BBC. Cientistas descobrem genes associados à violência. Disponível em:https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/10/141028_cientistas_genes_violencia_rm. Acesso em: 13 ago. 2020.


CASOY, Ilana. Serial Killer: Louco ou cruel?. 6. ed. São Paulo: WVC, 2004. p. 9-394.


CORREIO BRAZILIENSE. Componente do mal: propensão para o crime pode ser genética, aponta estudo. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e saude/2014/12/07/interna_ciencia_saude,460960/componente-do-mal-propensao-para-o-crime-pode-ser-genetica-aponta-estudo.shtml. Acesso em: 13 ago. 2020.


GLOBO.COM. A biologia da maldade: estudos identificam alteração no cérebro de serial killers. Disponível em:  https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/a-biologia-da-maldade-estudos-identificam-alteracao-no-cerebro-de-serial-killers-519664.html. Acesso em: 12 ago. 2020.



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