Na última sexta-feira (18/12), os membros do PET-Bio se reuniram para discutir o documentário “O dilema das redes”, lançado em setembro de 2020 pela Netflix.
“Se você não paga o produto, você É o produto.” Essa é uma das frases que ex-funcionários de grandes empresas como Google, Facebook e Twitter usam para resumir o mercado digital. Hoje, é frequente ouvir comentários sobre conversar com alguém acerca de determinado produto e, no dia seguinte, receber ofertas do item. Essa coleta indiscriminada de dados pessoais dos usuários das redes e o uso dessas informações têm se tornado o grande dilema da sociedade digital contemporânea. Por um lado, as redes sociais permitiram a aproximação de pessoas em diferentes partes do mundo, reduzindo significativamente as barreiras de comunicação; por outro lado, o sistema capitalista se aproveita do sucesso dessas ferramentas para explorar novas formas de mercado, em que o principal produto é a atenção do consumidor.
No documentário, um fato curioso é retratado: os únicos mercados que tratam seus clientes como “usuários” são o de drogas ilícitas e de redes sociais (aplicativos online, como um todo). Essa semelhança não é uma coincidência, haja vista que, como dito anteriormente, o principal produto desse mercado digital é a atenção do usuário. Logo, quanto mais tempo este ficar diante das telas, melhor. E nesse processo, somos bombardeados de anúncios e propagandas de grandes empresas que buscam vender seus produtos, sejam eles físicos ou não.
Dessa forma, o documentário constata que o futuro da humanidade está nas mãos de poucas pessoas: dos que controlam os dados coletados. Ou melhor dizendo: nas mãos dos computadores e algoritmos que processam essas informações.
Ao conversar sobre a inteligência artificial e uma possível revolução das máquinas e controle da humanidade por elas, o mais comum é pensar em robôs humanóides armados começando uma guerra física contra os humanos. Mas essa revolução é mais sutil do que pensamos, e já está acontecendo. Prova disso: O Facebook, Instagram e Twitter sabem mais sobre você do que você mesmo, e não é atoa que os “recomendados” na área de busca quase sempre condizem com o que queremos ver, apesar de nem mesmo nós sabermos o que queremos. Os algoritmos querem que fiquemos presos às telas, e nos coloca em contato com pessoas que pensam da mesma forma que nós, mesmo que seja através de fake news.
Os algoritmos querem que fiquemos presos às telas. E para isso, nos coloca em contato com notícias de quem pensa como nós. Se é verdade ou não, pouco importa. Quanto mais tempo conectado, mais lucro.
Tecnologia ou humanidade. O dilema das redes, certamente, será um dos principais fatores que definirá o futuro do homem
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