PET Biologia UFV

PET Biologia UFV
Programa de Educação Tutorial - Biologia UFV

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Seminário: Caça - Limite entre a conservação e a barbárie

 



História

    Surge como prática das espécies do gênero homo há aproximadamente 2 milhões de anos, no período paleolítico (Idade da Pedra Lascada na - Pré-história). Por meio da necessidade de se obter proteína os hominídeos adotaram o comportamento de se aproveitar da carcaça deixada por outros carnívoros e com o passar de milhares de anos...

    Com a necessidade de ingerir mais proteína, o hábito de aproveitar-se da presa de outros predadores foi sendo substÍtuido pelo hábito predador, e então, ocorre o desenvolvimento das habilidades de obtenção da carne, por meio da caça.

    Muitos pesquisadores associam a extinção da megafauna com a chegada do ser humano em diversos continentes. Uma das hipóteses aceitas é a extinção em função da caça excessiva.


Caça Ilegal

Tráfico de Animais

    Trata-se do comércio ilegal de animais retirados da natureza, movimentando o mercado da caça ilegal. As principais vítimas desse comércio são aves, jabutis e saguis e os métodos de transporte e captura são cruéis. O tráfico de animais é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do mundo. Gera um impacto significativo na ameaça de extinção de diversas espécies, uma vez que a caça é intensiva, em função do elevado valor de venda dos bichos comercializados. Os metódos de captura e transporte são tão cruéis que de cada 10 animais capturados, 9 morrem.         Para as aves utilizam-se redes de neblina, gaiola batedeira, visgo/cera e arapucas. Também pode ocorrer a coleta de ovos e filhotes nos ninhos. Para jabutis, geralmente, é realizada coleta de ovos e espera de sua eclosão. Também a coleta de filhotes na natureza.

    Para saguis e outros primatas é feira a captura de filhotes. Nesse processo, os pais são abatidos para facilitar a caça.

Biopirataria

     A biopirataria também estimula a caça ilegal no país. Apesar de ser um termo muito mais abrangente, a biopirataria estimula o mercado da caça para além do tráfico de animais silvestres vivos, como, para obtenção de partes dos mesmos como: couro, peles, chifres, penas, ossos, etc.          Existe também, uma exploração muito grande em torno de compostos químicos de animais que possuem propriedades que podem apresentar valor econômico e medicinal, através da pesquisa.

Pobreza

    Em diversas regiões do Brasil o acesso à proteína através da carne é limitado a uma pequena parcela da população, o que estimula muita gente, ilegalmente, a caçar para suprir a necessidade de carne, visto que a mesma ocupa um papel cultural e social na mesa do brasileiro. É muito comum essa prática na zona rural, onde os índices de pobreza são elevados. Existe uma linha muito tênue com a caça de subsistência.

    Os meios utilizados são vários como pesca, utilização de arapucas, armadilhas e até mesmo carabinas e armas de fogo. Nesse meio existe uma predileção por animais como: Veado, Cateto, Paca, Tatu, Jacu, Perdiz, Saracura, Inhambu, Pomba e até mesmo espécies de Rãs nativas e outros diversos animais que compõe nossa fauna.

 

Caça Legal

Subsistência

    A caça de subsistência é entendida como a prática da caça por necessidade; para alimentação e sustento. Trata-se da prática realizada por comunidades indígenas, povos tradicionais e comunidades quilombolas, os quais possuem relação intrínseca com a natureza e bioma que habitam. Existem projetos de lei com intuito de regulamentar melhor essa atividade.

 

Científica

    Consiste na captura de animais para fins científicos. Nessa modalidade nem sempre os animais são abatidos.

    Geralmente, a captura ocorre para realizar uma coleta de dados sobre o animal que é, posteriormente, devolvido para a natureza. Ocorre o abate quando o animal é capturado para integrar uma coleção científica ou quando existe a necessidade de realizar a pesquisa e, a coleta de dados não é possível de ser realizada com o animal vivo.

 

Manejo e Conservação

    A caça também pode ser uma ferramenta na conservação da biodiversidade quando se trata de espécies invasoras que destroem e desequilibram o ecossistema de um local.

    Tais espécies quase sempre tem potencial de se tornar uma praga. Por exemplo o javali, que é a única espécie cuja caça é permitida por lei no Brasil em função de ser uma espécie praga. Quando isso acontece, a caça fica restrita apenas à profissionais capacitados para realização dessa prática de controle populacional por meio do Certificado de Registro de Caçador.

    A caça esportiva também ocupa um espaço na modalidade de caça legal. Porém também divide uma linha tênue entre a conservação e extinção de algumas espécies.

    Em alguns países com sistema eficaz de fiscalização foi possível obter resultados positivos de conservação com a caça legal. O manejo, além de aumentar a capacidade suporte do ambiente, ajuda a conservar diversas áreas de habitats selvagens que se veem ameaçadas pela especulação imobiliária e expansão das fronteiras agrícolas. Esta possibilidade torna a prática da caça legal mais um campo de atuação para o biólogo.

"Trabalho de anilhamento de aves aquáticas no RS foi durante muitos anos apoiado diretamento pelos caçadores esportivos gaúchos.

No Brasil, o Rio Grande do Sul é o único estado com temporada de caça e com uma fiscalização forte em relação à caça com as espécies que podem ser caçadas e também em relação à quantidade que pode ser caçada.



Conclusão

 

    Essa apresentação vem com intuito de elucidar a respeito de diversos aspectos relacionados a caça sem fazer um juízo de valor, mas sim trazer a tona diversos pontos de vista técnicos e científicos sobre o tema. Em diversos e por sua vez na maioria dos casos, a caça está relacionada com a ameaça e até mesmo extinção de espécies da nossa fauna. Com isso percebemos o quanto é uma prática perigosa e danosa, quando ilegal e espontânea. Já dizimou várias espécies ao longo da história e ainda ameaça tantas outras ao redor do mundo,  para além dos maus tratos e sofrimentos que padecem os animais vítimas do tráfico e da caça ilegal. Por outro lado temos diversas experiências positivas que utilizaram dessa ferramenta para manejo e conservação, desde a prática como controle populacional de pragas e espécies invasoras, até mesmo a caça esportiva que trouxe resultados positivos em alguns lugares onde existiu uma fiscalização rígida. A caça científica é essencial para a evolução da ciência e preservação do nosso patrimônio. Apesar de todas essas experiências precisamos de muito mais estudos e ter cautela quando abordamos sobre a implementação dessa prática. É muito difícil até mesmo para cientistas que trabalham nessa área trazer um posicionamento para caça em relação a dualidade de bom ou mau, porém se faz necessário discutir sobre e levantar pontos para serem debatidos, visto que no Brasil possuímos uma lei bastante engessada e arcaica a respeito do tema e que está sendo muito discutida na atual conjuntura. A caça precisa ser tratada pelo viés técnico e científico, mesmo que em diversas situações aspectos culturais e ideológicos surjam para somar na discussão sobre o tema. O assunto caça não pode continuar sendo um tabu entre biólogas e biólogos.

 Referências

 

https://conceito.de/caca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caça

https://www.historiadomundo.com.br/pre-historia

https://www.historiadomundo.com.br/pre-historia/alimentacao-na-prehistoria-e-evolucao.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Megafauna

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/olaf-mielke-uma-vida-dedicada-ao-estudo-das-borboletas/

https://br.pinterest.com/pin/316659417521158808/ps://conceito.de/caca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caça

https://www.historiadomundo.com.br/pre-historia

https://www.historiadomundo.com.br/pre-historia/alimentacao-na-prehistoria-e-evolucao.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Megafauna

https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/olaf-mielke-uma-vida-dedicada-ao-estudo-das-borboletas/

https://br.pinterest.com/pin/316659417521158808/

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/lanca-mamute-25-mil-anos-arqueologia.phtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário